Cândida Almeida conseguiu ontem utilizar meia dúzia de variações à volta do tema do suspeito e do arguido, numa tentativa de retirar José Sócrates da categoria dos suspeitos. Teriamos então “arguido”, “suspeita”, “suspeitas fundadas”, “suspeitas graves”, “fortes suspeitas”, “suspeito” e “consta do processo”. Obviamente, um “suspeito” não é necessariamente um “arguido” e “constar o processo” não implica que se é “suspeito”. Até aqui tudo bem. Mas depois podem existir “suspeitas” sobre pessoas que não são “suspeitos”, mas apenas pessoas que “constam do processo”. Depois há as “suspeitas fundadas” ou “suspeitas graves”, essas implicam que a pessoa que “consta do processo” passe a “suspeito”. O Engº Sócrates não é “suspeito”, embora “conste do processo”. Mas, por vezes, Cândida Almeida tropeçava na sua própria trama e lá dizia que há “suspeitas” contra Sócrates (não confundir com “suspeitas graves” ou “suspeitas fundadas”), apesar de ele não ser “suspeito”. Há ainda as “suspeitas inglesas”, um conceito que permite considerar que as suspeitas implícitas na carta rogatória não são “suspeitas” genuínas como aquelas que a gente tem cá na terra.
Mas Cândida Almeida alguma vez disse que o Socrates era suspeito nas investigações portuguesas? A sério? E um suspeito na Inglaterra é, por inerência, suspeito cá?
Eu proponho uma coisa que vai tornar tudo isto muito mais simples: declaramo-nos um protectorado inglês, ou mesmo território inglês, como Gibraltar, e passamos só a considerar as investigações inglesas. Resolve o assunto. Vamos então esperar pelo resultado das investigações inglesas e pelas decisões judiciais inglesas. Vamos ver. E eu vou esperar…
Se dúvidas houvesse quanto ao desfecho e ao rigor com que está a ser investigado este caso, este pequeno excerto (não literalmente fiel, mas fiel no conteúdo) da entrevista de ontem da Procuradora Cândida Almeida à SIC Notícias é bastante esclarecedor…
Candida Pinto - E as contas das sociedades offshore do tio do PM, também estão a ser investigadas?
Procuradora C.A. - (pausa, com ar de totó) …eu acho que não… então…o senhor é português…essas offshore são no estrangeiro… acho que não tem nada a ver uma coisa com a outra…
Se fosse Santana Lopes não se veria nada disto porque Santana Lopes tem muitos e graves defeitos como sejam a incompetência e o total desprezo pelo rigor, mas não me parece pessoa de se locupletar com dinheiros alheios. Se me falarem de fazer um favorzito em troca de umas férias bem passadas até me tento a acreditar, agora isto!
O problema é sermos um povo Fashion Quem nos dá um tempo de antena, dá-nos tudo, em vez de cada um fazermos o nosso trabalho. bem feito com sentido de responsabilidade e de cidadadina. Mas|... o que é isso? Claro que o importante é crucificar, na praça pública, mas não é que, episodios destes está o país farto. Só pergunto QUE RAIO DE JUSTIÇA é esta. Depois,... bem depois cá por mim não acredito em bruchas mas que as há há. Só não percebo é que numa altura de crise financeira e económica, onde deveria haver sentido de estado politicas e politicos fortes, não. qual quê Quanto pior melhor.
«Dezenas de funcionários da agência policial britânica de combate a grandes fraudes, que está a investigar o caso Freeport, vão ser dispensados por alegada incompetência, noticia este domingo o jornal Sunday Times.
O semanário britânico refere um relatório onde a falta de melhores resultados do Serious Fraud Office (SFO) é atribuído em parte ao facto de vários funcionários terem sido contratados e promovidos por favorecimento dos superiores e não pelas suas competências.» [Portugal Diário]
7 comentários:
Cândida Almeida conseguiu ontem utilizar meia dúzia de variações à volta do tema do suspeito e do arguido, numa tentativa de retirar José Sócrates da categoria dos suspeitos. Teriamos então “arguido”, “suspeita”, “suspeitas fundadas”, “suspeitas graves”, “fortes suspeitas”, “suspeito” e “consta do processo”. Obviamente, um “suspeito” não é necessariamente um “arguido” e “constar o processo” não implica que se é “suspeito”. Até aqui tudo bem. Mas depois podem existir “suspeitas” sobre pessoas que não são “suspeitos”, mas apenas pessoas que “constam do processo”. Depois há as “suspeitas fundadas” ou “suspeitas graves”, essas implicam que a pessoa que “consta do processo” passe a “suspeito”. O Engº Sócrates não é “suspeito”, embora “conste do processo”. Mas, por vezes, Cândida Almeida tropeçava na sua própria trama e lá dizia que há “suspeitas” contra Sócrates (não confundir com “suspeitas graves” ou “suspeitas fundadas”), apesar de ele não ser “suspeito”. Há ainda as “suspeitas inglesas”, um conceito que permite considerar que as suspeitas implícitas na carta rogatória não são “suspeitas” genuínas como aquelas que a gente tem cá na terra.
Mas Cândida Almeida alguma vez disse que o Socrates era suspeito nas investigações portuguesas? A sério? E um suspeito na Inglaterra é, por inerência, suspeito cá?
Eu proponho uma coisa que vai tornar tudo isto muito mais simples: declaramo-nos um protectorado inglês, ou mesmo território inglês, como Gibraltar, e passamos só a considerar as investigações inglesas. Resolve o assunto. Vamos então esperar pelo resultado das investigações inglesas e pelas decisões judiciais inglesas. Vamos ver. E eu vou esperar…
Se dúvidas houvesse quanto ao desfecho e ao rigor com que está a ser investigado este caso, este pequeno excerto (não literalmente fiel, mas fiel no conteúdo) da entrevista de ontem da Procuradora Cândida Almeida à SIC Notícias é bastante esclarecedor…
Candida Pinto - E as contas das sociedades offshore do tio do PM, também estão a ser investigadas?
Procuradora C.A. - (pausa, com ar de totó) …eu acho que não… então…o senhor é português…essas offshore são no estrangeiro… acho que não tem nada a ver uma coisa com a outra…
Tão cândida :)
O que não se diria se o visado fosse: Pedro Santana Lopes……
Se fosse Santana Lopes não se veria nada disto porque Santana Lopes tem muitos e graves defeitos como sejam a incompetência e o total desprezo pelo rigor, mas não me parece pessoa de se locupletar com dinheiros alheios.
Se me falarem de fazer um favorzito em troca de umas férias bem passadas até me tento a acreditar, agora isto!
O problema é sermos um povo Fashion
Quem nos dá um tempo de antena, dá-nos tudo, em vez de cada um fazermos o nosso trabalho. bem feito com sentido de responsabilidade e de cidadadina. Mas|... o que é isso?
Claro que o importante é crucificar, na praça pública, mas não é que, episodios destes está o país farto.
Só pergunto QUE RAIO DE JUSTIÇA é esta.
Depois,... bem depois cá por mim não acredito em bruchas mas que as há há.
Só não percebo é que numa altura de crise financeira e económica, onde deveria haver sentido de estado politicas e politicos fortes, não. qual quê Quanto pior melhor.
«Dezenas de funcionários da agência policial britânica de combate a grandes fraudes, que está a investigar o caso Freeport, vão ser dispensados por alegada incompetência, noticia este domingo o jornal Sunday Times.
O semanário britânico refere um relatório onde a falta de melhores resultados do Serious Fraud Office (SFO) é atribuído em parte ao facto de vários funcionários terem sido contratados e promovidos por favorecimento dos superiores e não pelas suas competências.» [Portugal Diário]
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