Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonha, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas. [...]“;
temos “Um clero português, desmoralizado e materialista, liberal e ateu, cujo Vaticano é o ministério do reino, e cujos bispos e abades não são mais que a tradução em eclesiástico do fura-vidas que governa o distrito ou do fura-vidas que administra o concelho [...]“;
“Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo [...]“;
“Um exército que importa em 6.000 contos, não valendo 60 réis [...]“;
“Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo [...]“;
“A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela um saca-rolhas”;
“Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções [...]“;
“Um partido republicano, quase circunscrito a Lisboa, avolumando ou diminuindo segundo os erros da monarquia, hoje aparentemente forte e numeroso, amanhã exaurido e letárgico [...]“;
“Um regime económico baseado na inscrição e no Brasil, perda de gente e de capital, autofagia colectiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio”;
“Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, o direito garantido virtualmente na lei, posto, de facto, à mercê dum compadrio de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários”;
“Uma literatura iconoclasta, – meia dúzia de homens que, no verso e no romance, no panfleto e na história, haviam desmoronado a cambaleante cenografia azul e branca da burguesia de 52 [...]“;
“E se a isto juntarmos um pessimismo canceroso e corrosivo, minando as almas, cristalizado já em fórmulas banais e populares [...] teremos em sintético esboço a fisionomia da nacionalidade portuguesa no tempo da morte de D. Luís, cujo reinado de paz podre vem dia a dia supurando em gangrenamentos terciários.”
Mesmo antes desta história já achava que as eleições deviam ser antecipadas pois o país não aguentar a crise e o vale tudo da campanha eleitoral. Está até a ser pior do que pensava e ainda estamos nem chegámos a fevereiro. Se fosse eu que mandasse as eleições eram antecipadas.
Eu não confio no PM. Já são muitas as dúvidas. Como foi com a licenciatura? Como foi com as assinaturas de projectos? O que terá acontecido com o freeport? Julgo que a estratégia do PSD é boa. O PM está mortinho por que lhe peçam a demissão. Demite-se e ganha as eleições com maioria absoluta e trava por via política todas as investigações. Se continuar a desgastar-se com este processo pode ser que não tenha maioria absoluta ou até que perca as eleições. Nesse caso as investigações poderão ser feitas com maior independência e a polícia Inglesa terá mais liberdade e poder de investigação.
De resto, não desejo mal nenhum ao PM. Até espero que tenha mesmo recebido as alegadas cinquenta mil libras. A Freeport não precisa delas. A ele dão-lhe jeito e a mim não estorvam nada. Além disso, é quase certo que não seja punido por ter cometido um alegado crime. Muito pelo contrário, se deixar de ser PM português passa a ter um lugar de maior relevo a UE ou na ONU. Este é um daqueles casos em que tudo acaba bem e em que só podem acontecer coisas muito boas para todas as partes!
Não sei, mas tenho cá pra mim que tudo isto não passa de uma gigantesca manobra de diversão. Há por aí alguém (provavelmente inglês e com parte activa no processo), que convenceu os promotores ingleses que haveria alguém português a pedir dinheiro para desbloquear a coisa. O dinheiro aparece e esse alguém (provavelmente inglês e eventualmente com parceiros portugueses) fica com ele. O processo desbloqueia-se naturalmente porque se aproximam as eleições e o empreendimento pode ser estruturante para a zona, criando emprego e dando valor a terrenos pantanosos e consequentemente votos. As autoridades inglesas não largam a pista do dinheiro e pedem logo informações à justiça portuguesa que, invariavelmente, demora muito tempo a dá-las. Quem ficou com o dinheiro (provavelmente inglês) começa a lançar estas suspeições tão do agrado dos nossos jornalistas e da nossa opinião pública para criar uma cortina de fumo. Como há pessoas importantes ao barulho, o caso acabará por ser abafado à maneira portuguesa (sem aparecerem os verdadeiros culpados). Os ministros nunca levam dinheiro assim directamente. O cargo que ocupam é visível demais para fazerem essas coisas. O que os ministros podem fazer é dar uma ajudinha e serem mais tarde recompensados com cargos de administração em empresas ou coisas semelhantes.
Não houve um gajo qualquer, que tinha um primo ou sobrinho na Suíça(não na pastelaria) que era taxista, e depois apareceram uns extractos bancários de uma conta, e depois esse senhor tornou-se arguido ?
a lei é para aplicar aos contribuintes nunca aos dirigentes nacionnal-socialistas esses são donos do país no largo dos ratos as ratazanas são muito vorazes
Caro anónimo das 15:17: Ou tens areia no lugar dos miolos, ou és completamente amorfo! Dizes que esperas que (o 1º ministro) tenha mesmo recebido as alegadas cinquenta mil libras, que a Freeport não precisa delas e que a ele dão-lhe jeito e a ti não estorvam nada. Rematas dizendo que este é um daqueles casos em que tudo acaba bem e em que só podem acontecer coisas muito boas para todas as partes!
Leio e não acredito!
Não julgava possível que existissem nulidades cívicas e éticas como a tua!!!
Independentemente da cor politica Mas que triste, estúpido, ressabiado de povo somos nós que vive neste retangulo. Cada vez mais me convenço que só com uma ditadura forte e de vargasta lá vamos. É o vale tudo, mesmo não se sabendo de nada, e com esta corja de lornalistas. Realmente vamos bem. Só não sei para onde. No entanto tiro-lhe o chapéu por tanto resistir, outros já tinham dado de frosques. Já agora os Ingleses são assim tão santinhos, porque não eles proprios usando o triste do povo português a desviarem se é que houve desvios, porque o que Inglaterra quer é os impostos. Mas não colocamonos do lado deles e contra nós próprios. Bem haja povo que somos nós. Só por isso vamos longe (perto, não sair do sitio, andar para trás)
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Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonha, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas. [...]“;
temos
“Um clero português, desmoralizado e materialista, liberal e ateu, cujo Vaticano é o ministério do reino, e cujos bispos e abades não são mais que a tradução em eclesiástico do fura-vidas que governa o distrito ou do fura-vidas que administra o concelho [...]“;
“Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo [...]“;
“Um exército que importa em 6.000 contos, não valendo 60 réis [...]“;
“Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo [...]“;
“A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela um saca-rolhas”;
“Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções [...]“;
“Um partido republicano, quase circunscrito a Lisboa, avolumando ou diminuindo segundo os erros da monarquia, hoje aparentemente forte e numeroso, amanhã exaurido e letárgico [...]“;
“Instrução miserável, marinha mercante nula, indústria infantil, agricultura rudimentar”,
“Um regime económico baseado na inscrição e no Brasil, perda de gente e de capital, autofagia colectiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio”;
“Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, o direito garantido virtualmente na lei, posto, de facto, à mercê dum compadrio de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários”;
“Uma literatura iconoclasta, – meia dúzia de homens que, no verso e no romance, no panfleto e na história, haviam desmoronado a cambaleante cenografia azul e branca da burguesia de 52 [...]“;
“E se a isto juntarmos um pessimismo canceroso e corrosivo, minando as almas, cristalizado já em fórmulas banais e populares [...] teremos em sintético esboço a fisionomia da nacionalidade portuguesa no tempo da morte de D. Luís, cujo reinado de paz podre vem dia a dia supurando em gangrenamentos terciários.”
GUERRA JUNQUEIRO 1886
Mesmo antes desta história já achava que as eleições deviam ser antecipadas pois o país não aguentar a crise e o vale tudo da campanha eleitoral. Está até a ser pior do que pensava e ainda estamos nem chegámos a fevereiro.
Se fosse eu que mandasse as eleições eram antecipadas.
Eu não confio no PM. Já são muitas as dúvidas. Como foi com a licenciatura? Como foi com as assinaturas de projectos? O que terá acontecido com o freeport?
Julgo que a estratégia do PSD é boa. O PM está mortinho por que lhe peçam a demissão. Demite-se e ganha as eleições com maioria absoluta e trava por via política todas as investigações. Se continuar a desgastar-se com este processo pode ser que não tenha maioria absoluta ou até que perca as eleições. Nesse caso as investigações poderão ser feitas com maior independência e a polícia Inglesa terá mais liberdade e poder de investigação.
De resto, não desejo mal nenhum ao PM. Até espero que tenha mesmo recebido as alegadas cinquenta mil libras. A Freeport não precisa delas. A ele dão-lhe jeito e a mim não estorvam nada. Além disso, é quase certo que não seja punido por ter cometido um alegado crime. Muito pelo contrário, se deixar de ser PM português passa a ter um lugar de maior relevo a UE ou na ONU. Este é um daqueles casos em que tudo acaba bem e em que só podem acontecer coisas muito boas para todas as partes!
Governo de iniciativa presidencial já!
Não sei, mas tenho cá pra mim que tudo isto não passa de uma gigantesca manobra de diversão.
Há por aí alguém (provavelmente inglês e com parte activa no processo), que convenceu os promotores ingleses que haveria alguém português a pedir dinheiro para desbloquear a coisa. O dinheiro aparece e esse alguém (provavelmente inglês e eventualmente com parceiros portugueses) fica com ele.
O processo desbloqueia-se naturalmente porque se aproximam as eleições e o empreendimento pode ser estruturante para a zona, criando emprego e dando valor a terrenos pantanosos e consequentemente votos.
As autoridades inglesas não largam a pista do dinheiro e pedem logo informações à justiça portuguesa que, invariavelmente, demora muito tempo a dá-las.
Quem ficou com o dinheiro (provavelmente inglês) começa a lançar estas suspeições tão do agrado dos nossos jornalistas e da nossa opinião pública para criar uma cortina de fumo. Como há pessoas importantes ao barulho, o caso acabará por ser abafado à maneira portuguesa (sem aparecerem os verdadeiros culpados).
Os ministros nunca levam dinheiro assim directamente. O cargo que ocupam é visível demais para fazerem essas coisas. O que os ministros podem fazer é dar uma ajudinha e serem mais tarde recompensados com cargos de administração em empresas ou coisas semelhantes.
Não houve um gajo qualquer, que tinha um primo ou sobrinho na Suíça(não na pastelaria) que era taxista, e depois apareceram uns extractos bancários de uma conta, e depois esse senhor tornou-se arguido ?
E trabalhar? Alguém gosta aqui?
a lei é para aplicar aos contribuintes nunca aos dirigentes nacionnal-socialistas
esses são donos do país
no largo dos ratos as ratazanas são muito vorazes
Caro anónimo das 15:17:
Ou tens areia no lugar dos miolos, ou és completamente amorfo!
Dizes que esperas que (o 1º ministro) tenha mesmo recebido as alegadas cinquenta mil libras, que a Freeport não precisa delas e que a ele dão-lhe jeito e a ti não estorvam nada.
Rematas dizendo que este é um daqueles casos em que tudo acaba bem e em que só podem acontecer coisas muito boas para todas as partes!
Leio e não acredito!
Não julgava possível que existissem nulidades cívicas e éticas como a tua!!!
Este Sócrates percebe pouco de filosofia. Só manias e nariz afiado.
Independentemente da cor politica
Mas que triste, estúpido, ressabiado de povo somos nós que vive neste retangulo.
Cada vez mais me convenço que só com uma ditadura forte e de vargasta lá vamos.
É o vale tudo, mesmo não se sabendo de nada, e com esta corja de lornalistas.
Realmente vamos bem. Só não sei para onde.
No entanto tiro-lhe o chapéu por tanto resistir, outros já tinham dado de frosques.
Já agora os Ingleses são assim tão santinhos, porque não eles proprios usando o triste do povo português a desviarem se é que houve desvios, porque o que Inglaterra quer é os impostos.
Mas não colocamonos do lado deles e contra nós próprios.
Bem haja povo que somos nós. Só por isso vamos longe (perto, não sair do sitio, andar para trás)
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