segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Carnaval da Mealhada 2007

De facto o Carnaval na Mealhada representa um momento alto na vida do concelho, independentemente dos gostos de cada um, é sempre discutivel a organização, a escolha do Rei, o local, etc...

O que de facto considero lamentável é a passividade com que os responsáveis políticos deixam escapar as oportunidades.

Faz lembrar as "escapadinhas de Portugal" em que o nosso concelho mais uma vez ficou de fora com tantas potencialidades.

Este evento realiza-se há anos e anos, será que não era possivel por parte da Câmara aproveitar muito melhor as sinergias criadas durante este periodo?

Aproveitar a vinda de milhares de turistas e ter uma estratégia turistica desenvolvida que aumente o retorno do investimento não parece assim nada do outro mundo.

Claro que, se o actual executivo socialista não tem ideias e não aceita as de outros, apenas porque representam outros partidos o nosso concelho perde.

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem observado. Parabéns.

A Câmara em vez de despejar para lá o dinheiro podia ter uma outra atitude e proveito para o concelho.

Assim cada vez mais as instituiçoes do nosso concelho têm razoes para reclamar que não têm dinheiro e que a Câmara pouco as ajuda com a desculpa do Carnaval.

Anónimo disse...

Considero-me uma mulher de esquerda, no entanto felicito Breda Marques por construir um Blog.
Assim podemos sempre observar as opiniões dos nossos representantes.
Estou francamente admirada com algumas das propostas apresentadas pelo PSD e lamento o resultado que têm tido.
Gosto de oposições construtivas.
Reconheço as dificuldades de estar na oposição mas o caminho faz-se com muita luta e sacrificios.
Força, nunca desista.
MS

Anónimo disse...

Julgo que a seguinte citação ilustra perfeitamente a atitude do actual executivo socialista.

"Os Convencidos da Vida"

"Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?


(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi."

Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"

Anónimo disse...

Este retrato do Alexandre O`Neill de facto assenta que nem uma luva nalguns pavões que por aí circulam...
Quanto ao Carnaval da Mealhada, pessoalmente, não gosto.
Acho que é um grotesco enxerto contra-natura, uma infeliz tentativa de meter o Brasil neste cantinho da Bairrada.
Nesta terra onde há tanta e tão variada genuína potencialidade à espera de germinar e de ver a luz do dia. Assim haja quem saiba fazê-lo…
Mas apesar de eu não gostar e de pensar que, desejavelmente, se deveriam usar as nossas energias para desbravar outros horizontes, a verdade é que o Carnaval já tem alguma antiguidade, é uma coisa de que, pelos vistos, o povão gosta e atrai muitos adeptos, pelo que não pode ser ignorado liminarmente.
Mas daí a justificar-se todo o investimento público nesta realização, tenho algumas dúvidas. Investimento directo (150.000 euros este ano, não foi?) mais o investimento indirecto em apoios logísticos vários, tal como era relatado num dos Semanários da cidade.
Será que o retorno deste investimento justifica tão grande investimento? É possível fazer estas contas? Já alguém as fez?
Silop