sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

As escolhas do PSD Mealhada in"Mealhada Moderna".

Quando Cavaco escreveu o artigo da boa e da má moeda (era ainda putativo candidato a Belém) estava, sobretudo, preocupado com o comportamento das pessoas. A lei da moeda explica que a má moeda só expulsa a boa porque as pessoas têm tendência a guardar o que é bom para si - passando aos outros o que é mau. Ora, a lei prova que esse comportamento acaba por ser destrutivo. Cada vez mais, é preciso ter cuidado com as escolhas, está na altura de mobilizar as pessoas para recusar a má moeda. Grande parte dos portugueses habituaram-se a esperar resultados - não a batalhar por eles. É preciso e urgente menos passividade no contacto com a má moeda. Recentemente, a Comissão Política do PSD anunciou as indicações que fez para integrar uma candidatura à Comissão Política Distrital e ao Conselho de Jurisdição Distrital. Sendo, ao que parece, uma Lista única, essas escolhas deveriam assumir ainda maior responsabilidade e por esse motivo deveriam procurar um consenso alargado, ouvindo o máximo de opiniões, porque se trata inclusivamente de uma oportunidade para aproximar e unir o Partido. No entanto, lamento muito, mas sou obrigado a discordar completamente das indicações e da forma como foi conduzido este processo. Quanto à forma, não há adjectivo para criticar tanta inabilidade política. Primeiro tentaram negociar um lugar com o candidato a Presidente da Distrital sem sequer terem a consideração de falar com o elemento que ainda fazia e faz parte desse Órgão e que foi indicado pela concelhia. Neste aspecto estou muito à vontade até porque a pessoa em causa (Carlos Pinheiro) esteve quase sempre (internamente) em campos opostos aos meus, mas não deixo de considerar uma deselegância, uma desconsideração, ainda por cima, sabendo-se agora, que foi uma pessoa assídua ao contrário do actual Presidente da Secção que não apareceu na maioria das reuniões e nem sequer enviou um representante. Sabe-se que foi feita pressão para terem uma Vice-presidência com base na alegada unanimidade que a escolha tinha no seio da concelhia. Afinal, só mais tarde, depois de todo o “negócio” estar feito é que ratificaram o nome proposto, tendo como principal argumento que seria uma escolha do candidato a Presidente - o que nem sequer acredito ser possível - trabalhei o suficiente com Antonio Topa para saber que nunca iria interferir numa decisão interna de uma concelhia. A escolha para a comissão politica distrital recaiu sobre César Carvalheira, ultimo candidato à Câmara Municipal da Mealhada. O militante Cesar Carvalheira para além de ser, juntamente com o actual presidente da Comissão Politica, o grande responsável pela brutal derrota das últimas eleições autárquicas, em que o PSD perdeu pela primeira vez a Junta de Freguesia de Ventosa do Bairro e um Vereador conquistado nas anteriores eleições. Carvalheira pela terceira vez que foi derrotado, pela terceira vez, não assumiu as responsabilidades de ser Vereador. Perder uma eleição faz parte do “jogo” democrático, o que não faz parte é não assumir as responsabilidades. Se um militante não está disponível para ocupar o lugar para o qual foi eleito também não deveria ser indicado para nenhum outro, o que se diz hoje é que não tinha tempo para ser Vereador, mas tem tempo para a Distrital, o que enfraquece sem duvida alguma o PSD/Mealhada. A outra escolha para o Conselho de Jurisdição também não me parece feliz. O militante Nuno Canilho, que depois de se tornar Director de um Jornal, recusou, e muito bem, ter cargos políticos, com esta decisão compromete a sua coerência e isenção, mas também a do Partido.
E para completar o leque de indicações, como responsável pela candidatura de Cavaco Silva, o Presidente da Comissão Politica indica-se a ele próprio, o que também não é bom para o PSD, que tinha aqui uma oportunidade de chamar alguém, de preferência um não militante ou um militante afastado da vida partidária, mas que fosse uma mais valia eleitoral para a candidatura.
O PSD demonstra com estas indicações que está fechado sobre si próprio, que são sempre os mesmos a ocuparem os lugares, que aquilo que criticavam antes é o que fazem hoje a uma escala superior e não conseguem mobilizar, credibilizar e criar raízes de simpatia.

3 comentários:

Anónimo disse...

O Carvalheira andou a carregar os militantes para eleger o afilhado Ferreira e agora o afilhado indica-o para a Distrital. E anda o PSD nas mãos do maior desastre eleitoral que já teve. Ainda não perceberam que o PSD só perdeu com a saida do Carvalheira do PS para o PSD???

Anónimo disse...

Só dependências podem levar a indicações como estas.

Anónimo disse...

ahahahah contado ninguém acredita. Indicarem o Carvalheira? São uns brincalhões.